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quinta-feira, 23 de novembro de 2023


Ocorreu-me que a chave para desvendar o mistério do natal
talvez tenha estado sempre diante dos nossos olhos.

Talvez precisemos apenas 
de um reaprendizado pronominal, 
no caso, reto:

eu
tu 
Ele/ela

nós
vós
eles/elas

Eis o mistério do natal desvendado! 

Trova de Natal - II


Teu presente de natal
tem sido pura ilusão?
Escuta mais, no futuro,
o teu próprio coração!

Gilberto de Almeida
(23/11/2023)

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Data santa

(a meu pai)


 Esta manhã tudo era pequeno,
tudo se limitava aos dramas da existência,
pequenos e sem sabor.

Mas, de repente, a pequenez,
tudo se encheu de grandeza,
tudo se temperou
porque era seu aniversário!

Esta manhã era madrugada
e a turbulência sombria da noite se arrastava
na insônia nossa de cada dia.

Mas, de repente, a madrugada,
tudo se iluminou da claridade vibrante do dia,
tudo despertou,
porque me lembrei do seu aniversário.

Esta manhã era a mesma angústia
das quatro horas de agora
e de todos essas noites.

Mas, de repente, essa angústia,
tudo se  estendeu no tempo,
e nos reencontramos no passado e no futuro,
porque você estava no meu coração.

Pai meu,
todas a pequenez,
todos os dramas,
toda a insipidez,
toda turbulência,
todas as sombras,
toda morosidade,
toda insônia,
toda angústia,
todas as horas,
todas as noites,
nada disso importa

Se a sua lembrança me acode,
tudo é grandeza,
tudo é paz,
tudo é palatável,
tudo é tranquilo,
tudo é luz,
tudo é ligeiro,
tudo é desperto,
tudo é sereno,
tudo passa,
tudo é dia, 
porque me importo.

É assim que quero lhe dizer, meu pai querido,
que o seu aniversário é madrugada de luz,
é data santa no meu coração,
porque faz romper todas as barreiras do meu egoísmo
e desencarcera o amor.

Gilberto de Almeida
05/02/2022

sábado, 25 de dezembro de 2021

Natal na varanda


 Na paz da varanda
a brisa abranda...

Nós quatro somente,
nós quatro, enfim,
na rede,
no violão,
por perto
e assim!
ninguém com sede,
ninguém deserto,
nem solidão
na nossa mente.

Lá fora o Thor,
latindo atrás
da própria paz
e da menor,
de Gaia (e Atena,
que para e acena!).

Parece Hilde
ou sua voz,
e "Gente humilde"
e "Cristo em nós".

Ali um pardal;
ali a verdade
que nos invade
porque é Natal!

Gilberto de Almeida
25/12/2021

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Lembrança



Andamos tão esquecidos...

O mundo está triste.

Faz já um ano,
depois de outro
e de mais outro
e de mais outro...

que temos esquecido do Senhor!

Mas o próprio universo materialista em que vivemos
traz de volta a Sua memória!

Chega o natal!

E em meio à correria das compras,
à visita ao cabeleireiro,
à preparação dos quitutes,
às árvores de natal
e aos papais-noéis de Shopping Center
há sempre alguém que se lembra

de quem não tinha uma pedra em que apoiar a cabeça,
de quem foi coroado de espinhos,
faminto de amor,
condenado à cruz,
mas ergueu-se ao Pai Celeste.

E nas almas desses que se lembram
ecoam as Suas palavras:

Amai, amai, amai!

E porque, todo ano, alguns se lembram,
o mundo não fica tão triste assim...

Gilberto de Almeida
13/12/2021

sábado, 27 de novembro de 2021

O nome de Deus


Deus, do universo, nos acena,
com dádivas de luz e de grandeza.
Espreita, do infinito, nosso orgulho
e compadece-se, amorosamente,
perante nossa pequenez.

Chamamo-lo Deus.
Chamamo-lo Jeová.
Chamamo-lo Alá.
Chamamo-lo Ahura Mazda.
Chamamo-lo Brahma.
Chamamo-lo como queremos.

Ah! Pai, Perdoa-nos!

Queremos tomar posse até do teu nome.
Perdoa-nos porque não sabemos o que fazemos.

E Ele, decerto, perdoa,

porque o nome de Deus é providência;
porque o nome de Deus é misericórdia;
porque o nome de Deus é perdão;
porque o nome de Deus é amor.

Gilberto de Almeida
27/11/2021

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Eu, Alberto e a estrela guia



A noite não tinha nuvens e tudo estava agradável.

Uma brisa refrescante descia das copas das árvores.

Eu e Alberto estávamos na varanda.Eu, estatelado na rede; Alberto, em cima da mesinha de canto.

Acredito que o meu ângulo de visão era melhor, porque fui eu quem iniciou o assunto:

- Alberto, você já pensou no simbolismo da estrela guia?

Silêncio.

- Aquela que os reis magos seguiram para chegar a Jesus!

A voz do Alberto era como o silêncio de um livro fechado.

Adivinhando que ele não havia compreendido minha pergunta, falei, sem rodeios!

- Eu acredito que tudo que se refere ao natal tem um significado simbólico. Aliás, acredito que toda a vida de Jesus é cheia de mistérios e significados ocultos! Por isso, penso que deve haver algum ensinamento por trás dessa história da estrela guia. Só que eu não consigo captar. Você já pensou nisto?

Sem mover um músculo, o Alberto respondeu com simplicidade:

- Você pensa muito. Todas as respostas estão na natureza.

- Mas como assim, o que você quer dizer?

- Primeiro, não pense. Já falei. Você pensa muito. Segundo: a natureza. Olhe para uma estrela. 

- Mas...

- Mas, nada! Olhe para a estrela.

O Alberto diante de mim estava diferente. Eu nunca o vira tão afirmativo. Eu diria que Se Alberto era o nome, contemplação era o sobrenome. Vai ver, era isso que ele queria que eu fizesse: que contemplasse.

E lá fiquei eu olhando para a estrela. E fiquei. Quinze segundos. Trinta segundos...

- Alberto...

- Shhh...

Tudo bem. Um minuto! Será que já era suficiente? O Alberto calado. Quinze minutos. E continuei. Trinta minutos. E nada.

- Alberto, não está acontecendo nada.

- Quem disse que é para acontecer alguma coisa. Só olhe.

Aquilo estava muito chato! Fui dormir! O Alberto continuou na mesa, olhando para a estrela a noite inteira.

Na manhã seguinte, quando despertei, a estrela havia desaparecido. Pareci besta! Procurei. Senti falta. Como faz falta uma estrela que a gente não consegue ver!

Mas de noite, ela estava lá de novo. Como se tivesse a obrigação de clarear o céu noturno, ela ressurgiu. Não despreguei os olhos dela. Fui dormir somente ao clarear o dia...

Era natal.

Ah! Entendi! Ou não?


Gilberto de Almeida

(26/11/2021)

domingo, 4 de abril de 2021

Imortal


Na história excepcional que conhecemos,
a angústia da manhã triste e serena
rompeu a voz do Mestre Nazareno,
falando com ternura, a Madalena.

No doce simbolismo desta cena,
a outra ocasião nos remetemos;
à noite em que o rabi bondoso acena
com certo ensinamento a Nicodemos:

- que a morte, na verdade, não existe;
que todos nós nascemos novamente
no ciclo de progresso rumo à luz;

que o Espírito à matéria – sim! - subsiste,
assim como, mostrou, resplandecente,
voltando do sepulcro a nós, Jesus.

Gilberto de Almeida
04/04/2021

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sexta-feira, 2 de abril de 2021

Paixão

“Pai, perdoai-os, pois eles não sabem o que fazem”.

(Jesus. Lucas: 22;34)


Traído, abandonado, feito réu
por ter vivido a vida em santo amor,
por ter descido a nós, para compor,
no próprio exemplo, a lírica do céu;

lançado em ominoso carrossel
de injúria, de injustiça e de terror,
 foi condenado à cruz, qual malfeitor,
o doce e compassivo menestrel.

Porém, ninguém, a máxima expressão
do amor, jamais subjuga nem reduz.
Por isso é que na última lição

deixou-nos, emblemático, Jesus
o símbolo perfeito do perdão
ao perdoar o algoz, da própria cruz!

Gilberto de Almeida
02/04/2021

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sexta-feira, 19 de março de 2021

O homem e a mulher

Eu, porém, vos digo. Todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por motivo de 'fornicação', faz com que ela adultere; e aquele que se casa com a repudiada, comete adultério.
(Jesus. Mateus: 5;32)


Existe um fato estranho à percepção
comum sobre o motivo pelo qual
o homem e a mulher formam casal
na entrega edificante à qual se dão.

Há exato sincronismo na Criação.
Nenhuma circunstância é acidental.
E todo matrimônio tem seu grau
de ajuste de um passado de aflição. 

Por isso é imperativo se decida
buscar todo casal, a sintonia
possível à união esclarecida.

Aquele que ao consorte repudia, 
não foge à obrigação; somente adia
a própria redenção para outra vida.

Gilberto de Almeida
19/03/2021

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