Pesquisar neste blog

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Onze haicais numa tarde de chuva

Cai a chuva fria:
Deságua do céu a mágoa
Que nos arrepia!

Longe relampeja!
Trovões a plenos pulmões!.
Oh, Deus! Que assim seja!

Temeroso eu juro
Enquanto nos cobre o manto
Do céu negro-escuro.

Procuro um abrigo
Da ira que o céu atira
Com fogo e perigo.

Animais molhados
Parecem não ver que descem
Trovões inflamados!

Já dentro de casa,
Aproveito a chuva e deito;
Bem perto da brasa...

E Descansa agora
Molhada, a roupa jogada,
Da chuva lá fora.

Eu, deitado à toa
O ruído gostoso no ouvido
Da amena garoa

Sou rei em meu trono:
A chuva e o fermento de uva...
Que então venha o sono...

Acordo tranquilo
Passara a chuva? Tomara.
Lá fora, um esquilo.

E à janela, o que é?
A fonte... lá no horizonte?
O arco... de Noé!


Gilberto de Almeida
26/04/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário