Pesquisar neste blog

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Guardando até a tumba

(Vicente Galeano)

Mas quanto espera Deus de nós?
O que será que o Pai nos cobra?
Caber-nos-á missão atroz
que nos mutile em plena obra?
Não creio nisso, porque a voz
de Deus, de amor é que nos dobra
e incita a dar o que se pos-
sa, a dar somente o que nos sobra!
 
Porém, pergunto, quais de nós
fazemos isso que nos cobra
- tão pouco, simples, nada atroz -
o Pai, em tão serena obra?
Mais vezes ouço aquela voz
mesquinha, que urra e não se dobra,
que nada empresta, 'inda que pos-
sa, e entrega à tumba a amada sobra!

Nenhum comentário:

Postar um comentário