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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Por entre as tulipas


Por entre as tulipas
se esconde sem ter por onde
o amor que antecipas!

Gilberto de Almeida
31/01/2013


Prosa de flores

Dois arbustos que conversam
- Um violeta, outro rosa -
transformam enquanto versam
sua poesia em prosa!

Gilberto de Almeida
31/01/2013

O Guardador de Rebanhos - XV a XIX


O Guardador de Rebanhos - XV

(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

As quatro canções que seguem
Separam-se de tudo o que eu penso,
Mentem a tudo o que eu sinto,
São do contrário do que eu sou...

Escrevi-as estando doente
E por isso elas são naturais
E concordam com aquilo que sinto,
Concordam com aquilo com que não concordam...
Estando doente devo pensar o contrário
Do que penso quando estou são.
(Senão não estaria doente),
Devo sentir o contrário do que sinto
Quando sou eu na saúde,
Devo mentir à minha natureza
De criatura que sente de certa maneira...
Devo ser todo doente - ideias e tudo.
Quando estou doente, não estou doente para outra cousa.

Por isso essas canções que me renegam
Não são capazes de me renegar
E são a paisagem da minha alma de noite,
A mesma ao contrário...

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O Guardador de Rebanhos - XVI

(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,
E que para de onde veio volta depois
Quase à noitinha pela mesma estrada.

Eu não tinha qu ter esperanças - tinha só que ter rodas...
A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco...
Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas
E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.


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O Guardador de Rebanhos - XVII

(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

No meu prato que mistura de Natureza!
As minhas irmãs as plantas
As companheiras das fontes, as santas
A quem ninguém reza...

E cortam-as e vêm à nossa mesa
E nos hotéis os hóspedes ruidosos,
Que chegam com correias tendo mantas
Pedem "Salada", descuidosos...,
Sem pensar que exigem à Terra-Mãe
A sua frescura e os seus filhos primeiros,
As primeiras verdes palavras que ela tem,
As primeiras cousas vivas e irisantes
Que Noé viu
Quando as águas desceram e o cimo dos montes
Verde e alagado surgiu
E no ar por onde a pomba apareceu
O arco-íris se esbateu...

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O Guardador de Rebanhos - XVIII

(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...

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O Guardador de Rebanhos - XIX

(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

O luar quando bate na relva
Não sei que cousa me lembra...
Lembra-me a voz da criada velha
Contando-me contos de fadas.
E de como Nossa Senhora vestida de mendiga
Andava à noite nas estradas
Socorrendo as crianças maltratadas...

Se eu já não posso crer que isso é verdade,
Para que bate o luar na relva?




Cenas em um Shopping - XXIII



A mídia e as multidões mandaram
na maioria da moçada:
no almoço o hambúrguer americano
em meio a muita mostarda.

Gilberto de Almeida
30/01/2013

Poesias da Vida - XXXIV

(Juliana Paula Landim)

Sabem a porta com detetor de metais
nos Bancos?

Sabem a senhorinha com algum cacareco de metal na bolsa,
que por mais que ela tire coisas de dentro
e tire coisas
e tire coisas
a porta insiste em travar?

Sabem o sujeito impaciente que sempre existe na fila,
que pragueja,
que amaldiçoa o banco,
amaldiçoa o vigilante (que está só fazendo o trabalho dele),
amaldiçoa a senhorinha (que está só querendo entrar);
e que todo mundo está errado
e só ele que está certo?

E que diz assim:
Só trava quando é gente de bem!
Se fosse um bandido passava reto!

Pois bem, um dia, no meu sonho,
ia entrar uma senhorinha, quando a porta apitou!
Até aí tudo igual!

Mas o vigilante, dessa vez caridoso,
a deixou entrar.
Na confiança!

E o sujeito impaciente entrou em seguida e dentro do banco foi rendido quando a senhorinha de bem tirou de dentro da bolsa um AK-47.

E o sujeito impaciente parecia uma mocinha sem impaciência nenhuma pois a avozinha bandoleira o fez engolir testosterona
miudinho com salsicha
e duas azeitonas!


Às vezes


Às vezes eu olho a pessoa
adulta
E vejo que a antiga criança
avulta.

E às vezes, por mais que isso doa,
a luta
desfaz, na pessoa, a esperança
oculta.

Gilberto de Almeida
29/01/2013


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Só o interior

Não sei como penso, nem como escrevo.
Sei que não é como as flores
e tampouco 
como a água que corre quando o chão é inclinado.

Escrever é um vício,
mas me falta a simplicidade divina
de ser todo só o meu interior.

Paródia de O Guardador de Rebanhos - XIV, de Alberto Caeiro

Gilberto de Almeida
29/01/2013

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

O Guardador de Rebanhos - XIV


(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

Não me importo com as rimas. Raras vezes
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior

Olho e comovo-me,
Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado,
E a minha poesia é natural como o levantar-se do vento.


Órfãos do Tabaco - II


- Menino sentado na beira da porta,
por que choras?

- É que meu pai que morreu!
É por isso que eu choro...

(mas quem disse que já não estava morto?)

- Menino sentado na beira da porta,
por que seu pai morreu?

- É que fumava!
E o câncer o matou!

(mas quem disse que não foi o cigarro?)

- Mas, menino, todos morrem! Por que choras?

- É que ele não deveria querer ter morrido...
porque este domingo íamos jogar futebol!

(mas quem disse que ele não quiz?)

Gilberto de Almeida
29/01/2013

Órfãos do Tabaco - I



De anadema, a prostituta
na labuta nada amena
de pequena, sempre à luta
não refuta, sempre acena!

Todavia, seu destino
quase equino, todo dia
não seria tão ferino;
eu atino: - não devia!

Não tivesse o pai fumado,
desregrado, o que pudesse
e uma prece, Deus amado,
de bom grado, concedesse

sua vida, sua febre
desintegre, esvanecida,
resumida a um casebre
era alegre, era mais vida!

Se o seu pai, denso e abrasivo,
seu altivo Samurai
que hoje a trai, pois foi esquivo,
fosse vivo, oh! Deus, ai ai...

Já não era, por mais nada,
atirada à besta-fera!
Quem lhe dera ser poupada
nessa estrada tão severa!

Sem querer é o pai lembrado,
de malgrado - odioso ser: 
é por ter a si matado
e a levado a se vender!

Gilberto de Almeida
29/01/2013


domingo, 27 de janeiro de 2013

Luz


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LIVRO-ME TODO DO TEMOR VIL
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Gilberto de Almeida
27/01/2013


Amor com receio (palíndromo)


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AMA
E ME TEME,
E TEMER A MIM A REMETE
A VIVER! E VIVA
SEM ESSE RADAR ESSE MÊS!
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Gilberto de Almeida
27/01/2013


Cenas em um Shopping - XXII



Gilberto de Almeida
27/01/2013


Cenas em um Shopping - XXI

Enquanto eu aguardo,
por breve minuto,
o olhar distraído,
num canto qualquer,
reparo a mulher
com seu diminuto
vestido tingido
- talvez leopardo!

E o que eu noto, então,
é o cinto de couro
e a bolsa de classe;
e o brinco de ouro
talvez compensasse
a própria ilusão!

Gilberto de Almeida
27/01/2013


Reviver - VI



Gilberto de Almeida
27/01/2013


Reviver - V


Gilberto de Almeida
27/01/2013


Reviver - IV



Gilberto de Almeida
27/01/2013


Reviver - III



Gilberto de Almeida
27/01/2013



Reviver - II



Gilberto de Almeida
27/07/2013


sábado, 26 de janeiro de 2013

Perseguindo o coelho branco


Eu persegui um coelho branco 
 no sol gelado do Himalaia.
Escorreguei por um barranco 
por sobre um pé de samambaia!

Foi como um golpe em pleno flanco
- parece alguém querer que eu saia!
Mas, aturdido, estaco, estanco
depois de intenso estágio em Maya! 

Nesse roteiro, o estranho enredo
alucinado já revela
que nunca é tarde e nunca é cedo,

nem tudo é certo e tudo importa,
porque se alguém fecha a janela,
precisarei abrir a porta!

Gilberto de Almeida
26/01/2013



Reviver - I



Gilberto de Almeida
26/01/2013


Mundo das sombras



Gilberto de Almeida
26/01/2013


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Destino

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A carta a leva: a vela atraca!
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Gilberto de Almeida
25/01/2013


Karma, doutor!



Gilberto de Almeida
25/01/2013



Picolé no bolso (ou uma história de possessividade)!




Reter,
reter...
Se der, reter!
Se derreter,
derreteu;
se não der,
é teu!

Gilberto de Almeida
25/01/2013


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Cenas em um Shopping - XX

Uma mini na
correria cuida de outra
mini na
medida do possível!

Gilberto de Almeida
24/01/2013

Certa vez

Certa noite adormeci
e minha vida se mudou de mim,
mas o sonho acabou
e a vida voltou.

Certo dia fui ao cinema
e minha vida se mudou de mim,
mas o filme acabou
e a vida voltou.

Certa vez descobri o amor
e minha vida se mudou de mim,
mas a vida ainda não acabou.

Gilberto de Almeida
24/01/2013


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Lua Adversa

(Cecília Meireles)

Tenho fases, como a lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua).
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...



Dualismo


(Olavo Bilac)

Não és bom, nem és mau: és triste e humano... 
Vives ansiando, em maldições e preces, 
Como se, a arder, no coração tivesses 
O tumulto e o clamor de um largo oceano. 

Pobre, no bem como no mal, padeces; 
E, rolando num vórtice vesano, 
Oscilas entre a crença e o desengano, 
Entre esperanças e desinteresses. 

Capaz de horrores e de ações sublimes, 
Não ficas das virtudes satisfeito, 
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes: 

E, no perpétuo ideal que te devora, 
Residem juntamente no teu peito 
Um demônio que ruge e um deus que chora.


O Guardador de Rebanhos - XII

(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

Os pastores de Virgílio tocavam avenas e outras cousas
E cantavam de amor literariamente.
(Depois - eu nunca li Virgílio.
Para que o havia eu de ler?)

Mas os pastores de Virgílio, coitados, são Virgílio,
E a Natureza é bela e antiga.


O Guardador de Rebanhos - XI

(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

Aquela senhora tem um piano
Que é agradável mas não é o correr dos rios
Nem o murmúrio que as árvores fazem...
Para que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza.


O Guardador de Rebanhos - X

(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

"Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?"

"Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois,
E a ti o que te diz?"

"Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram."

"Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento,
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti."


Falta Algo



Gilberto de Almeida
23/01/2013


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Um Poema



Gilberto de Almeida
22/01/2013


Tocado

A luz da simplicidade entrou no consultório
com um sorriso humilde, mas radiante, cabeça baixa
desviando o olhar.

A mão se estendeu tímida para o cumprimento formal
e um gesto quase imperceptível
pediu permissão para sentar
a maturidade assinada nas marcas da vida,
estampada na pele judiada.

Duas singularidades numa ficha clínica sem vícios:
- sete filhos;
- e uma impressão digital.

Sem assinatura.

Feliz que estava, por trabalhar,
desconcertou-me essa beleza de contentar-se com o mundo
que Deus lhe deu
e de trabalhar no que podia...

Meu coração se encheu de simpatia e amor
por um ser simples,
judiado
e belo
que eu jamais veria de novo!

Gilberto de Almeida
22/01/2012

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Política

Raposas,lobos e serpentes

Política

Lagartos e escorpiões

Política

Tubarões

Política

Cascavéis, Viúvas Negras

Política

Predadores

Política

Hienas, corvos e abutres

Política

Carniceiros

Política

Lacraias e cupins

Política

Parasitas

Política

A mais pura excrecência do mundo animal

Política

Do instinto animal

Política

Devoram-se

Política

Devoram-nos

Política

Lítica

Pó!


domingo, 20 de janeiro de 2013

Poesias da Vida - XXXIII

(Juliana Paula Landim)

Amar... E eu que era má?


Eleve-se



Gilberto de Almeida
20/01/2013



sábado, 19 de janeiro de 2013

Desvendando Maya



Gilberto de Almeida
19/01/2013

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Continuo a navegar



Gilberto de Almeida
18/01/2013



quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

DPOC, Mané!

Doença
Pulmonar
Obstrutiva
Crônica,

Mas Pensa:
Ao fumar
Nada à deriva...
É a Tônica!

Gilberto de Almeida
17/01/2013


Palíndromo - Ar hemorrágico

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O CIGARRO ME H RA: O RETER O AR HEMORRÁGICO!
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Gilberto de Almeida
17/01/2013


Dois casos palindrômicos de amor desumano

I - Mundo animal

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A LEBRE, SE AMA, AMA É SER BELA!
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II - Mundo cão

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A DÍVIDA AMA A DÍVIDA
=======================

Gilberto de Almeida
17/01/2013


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Palíndromo - Enclausurada

===================================
A SER PEDRA, ÁVIDA DIVA ARDE PRESA
===================================

Gilberto de Almeida
16/01/2013



Tabagismo

T raqueostomia
A mputações
B olsa de colonostomia
A bortamentos
G astroduodenoscopia
I nternações
S ondas
M edicamentos
O rifícios sondados, explorados, examinados...

Gilberto de Almeida
16/01/2013


Cigarro

C âncer
I mpotência
G astrite
A ngina
R ouquidão
R etardo mental
O utros sintomas de escravidão!

Gilberto de Almeida
13/01/2013


Um beijo

U m certo estado de união indescritível,
M acio na alma... carinhoso noutro nível...

B em mais etéreo e bem mais alto que as alturas
E xtremas que transformam luz em sentimento;
 I nstante duradouro, abraço de almas puras,
J untando o afeto genuíno, entregue e atento,
O rnando de paixão o amor das criaturas!

Gilberto de Almeida
16/01/2013

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Lei do afeto


Tereis, meu Deus, um dia, condenado
alguém a suportar, no mesmo teto,
a indiferença, o amor desenganado
que o faz sentir-se incômodo e incompleto?

Não, Pai! Jamais teríeis sancionado
tal comunhão de estranho desafeto;
o que há, talvez, é um laço sancionado;
o que há, quem sabe, é a força dum decreto!

Mas, Deus - Senhor da vida e dor humana -
perfeito!, justo e acima do que quero!,
a vossa decisão jamais se engana;

por isso a lei do afeto (não do destempero!)
é a Vossa Lei, a Fonte donde emana
o júbilo imortal do amor sincero!

Gilberto de Almeida
15/01/2013


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Um haicai na chuva

Nadando na chuva,
granizo em grupo conciso
qual cacho de uva!

Gilberto de Almeida
14/01/2013


domingo, 13 de janeiro de 2013

Vem, criança!


Vem, criança, recostar-te
neste ombro que te aceita.
Tens aqui teu baluarte;
é teu canto: aqui te deita!


Vem, criança; que hoje a arte

do plantio, já contrafeita,
decidiu, ditosa,  amar-te,
pois que é tempo de colheita!


Colhe a uva, escolhe, amassa,

faz o vinho: - eu me cativo!
Vem beber-me em bela taça!


Vem, senhora do motivo

pelo qual tu tens de graça
todo amor que agora vivo!

Gilberto de Almeida
13/01/2013


sábado, 12 de janeiro de 2013

És só!

Às vezes penso.
Isso me cansa
e acendo o incenso!

Às vezes vejo
dançar na névoa
seu doce beijo!

Então desperto,
mas nada existe:
- és só, Gilberto!

Gilberto de Almeida
12/01/2013

Era do gelo

Existe esse ar frio ao redor
que me suporta.

Talvez me suporte melhor
que a vida morta,

Mas baila comigo e é pior
que o mal que corta,

Pois dança comigo essa dor,
na minha porta!

Gilberto de Almeida
12/01/2013


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Poesias da Vida - XXXII

(Juliana Paula Landim)

O senhor da bilheteria
do metrô,
calvo e carrancudo
nem olhou pra mim!

Pegou dinheiro,
deu troco
nem sei como;
sem me olhar!

Primeiro quis ficar irritada,
mas procurei ser cristã!

O coitado devia ser daquele jeito,
carrancudo,
porque o seu trabalho
era ficar o dia todo
naquele guichê
apertado!

Fiquei com dó, 
mas pensei
se não seria o contrário:

Será que o seu trabalho
não era ficar o dia todo
naquele guichê
apertado,
porque o coitado era daquele jeito,
carrancudo?

Fiquei com dó
e não mais pensei!

O mundo e eu


Gilberto de Almeida
11/01/2013


Um haicai sobre a vida

Quando a vida andar caótica
não culpe nem se desculpe:
- É mera ilusão de ótica!

Gilberto de Almeida
11/01/2013



Meias verdades


Gilberto de Almeida
11/01/2013