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sábado, 31 de agosto de 2013

Poema tolo


Poeminha tolo.
No dia do nutricionista,
não insista:
- não tem bolo!

Gilberto de Almeida
31/08/2013


Angina


(Cláudio R. Braga)

Distância muda.
Caixa sem música.
Angina.


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Reflexão ao cair da noite












Quando o sol decide recolher-se,
no final do dia,
e estica aqueles braços compridos e luminosos 
para puxar o manto estrelado da noite;

quando o sol vai se aconchegando no horizonte,
parece convidar nosso pensamento -
como o faz com o mar, onde se deita - ,
a uma reverente
reflexão...

Gilberto de Almeida
30/08/2013



quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Horácio e Ofélia

(Mariana Nagano)

Tudo que brota
do meu inútero
e infértil
é um absorto
passamento
que entre o céu
e enterra
uma vã
filosofilha!


Campo vazio












No clube-escola de Pirituba
há um campo de futebol.
Um areão.

E de manhã ele estava vazio,
sem bola,
sem vozes,
sem crianças,
sem adultos.

O céu azulíssimo,
uma brisa,
o sol...

Aceitei o convite.

Entrei,
fui ao centro,
fechei os olhos,
o sol me iluminava.

Então...

Aceitei o convite.

Entrei mais,
Fui ainda mais ao centro,
fechei os olhos da mente,
outro sol me iluminava.

Gilberto de Almeida
29/08/2013



quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Cenas em um Shopping - XXXVI












Pessoas marcadas.
Não são gado,
mas eu vejo as marcas e sei
a quem pertencem.

Segunda a sexta:
- usam crachá!
E eu vejo
a quem pertencem!

Sábado e domingo:
- as etiquetas,
as "grifes".
E eu vejo a quem pertencem!

Gilberto de Almeida
28/08/2013

O Guardador de Rebanhos - XXV

(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

As bolas de sabão que esta criança
Se entretém a largar de uma palhinha
São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como.. Natureza.
Amigas dos olhos como as cousas,
São aquilo que são
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser.

Algumas mal se vêem no ar lúcido.
São como a brisa que passa e mal toca nas flores
E que só sabemos que passa
Porque qualquer cousa se aligeira em nós
E aceita tudo mais nitidamente.


terça-feira, 27 de agosto de 2013

Tatiana vende balas


Tatiana vende balas
tarde nas ruas!

Até decorei-lhe as falas
(menos que duas)!

Se me avista andando a esmo,
abre um sorriso,

pois  eu compro as balas mesmo
se não preciso!

Ao ver-me: - Sumiu, Doutor! -
é o que me diz!

E eu pago, e por onde for,
vou mais feliz!

Gilberto de Almeida
27/08/2013


domingo, 25 de agosto de 2013

Perfeito Imperfeito


Gilberto de Almeida
25/08/2013



quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Matemática Dicotômica


Gilberto de Almeida
21/08/2013


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Ressurecto

(Cláudio R. Braga)

Como fígado,
adoeço e vivo.
Recupero-me.

Como fígado,
indigesto.

Regurgito.

Ressurjo.
Fênix!
Fígado.

Sempre Fígado.


Eu não disse?


Gilberto de Almeida
20/08/2013



Meditação


Gilberto de Almeida
20/08/2013



segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Um haicai sobre a verdade


Verdade que brota
de dentro ilumina o vento,
suave e devota.

Gilberto de Almeida
19/08/2013

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Fórmula de Báscara



(Mariana Nagano)

Antes que alguém decida
tirar uma lasca,
estou comprometida
e sem casca!

A chave da minha vida -
por que agora? 
uma máscara! -
anda há muito escondida
numa fórmula
de Báscara!


Um clamor divino


Permanece em nós

um clamor divino.
Se me encontro a sós,
longe, eu imagino

amorosa voz...

Quando desafino,
corre a mim, veloz,
lembra o meu destino!

Quando escuto atento

essa voz que clama
com divino acento,

sob a ação do "Brahma",
já não há tormento
porque a Paz me chama.

Gilberto de Almeida
16/08/2013


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Reviver - XIII


Gilberto de Almeida
13/08/2013



Reviver - XII

Se eu não revivesse eu seria
morto
desde que falhei pela primeira vez.

E Deus não seria
bom,
o que é um absoluto contrassenso.

Mesmo eu, revivendo ainda,
imperfeito e mau,
não sou tão mau assim...

Gilberto de Almeida
13/08/2013



O Guardador de Rebanhos - XXIV

(Alberto Caeiro/Fernando Pessoa)

O que nós vemos das cousas são as cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?

O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.

Ma isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
Isso exige um estudo profundo.
Uma aprendizagem de desaprender
E uma sequestração na liberdade daquele convento
De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
Nem as flores senão flores,
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Poesias da Vida - XLI

(Juliana Landim)

O sujeito parou o carro displicentemente
sobre a faixa de pedestres.

Coitado!
Não deveria saber que era proibido!
Não deveria saber que as pessoas atravessam as ruas pelas faixas de pedestres!

Mas eu vi quando ele reparou no marronzinho
(um espécie de fiscal de trânsito mal-encarado que há por aqui!).

E também percebi quando o marronzinho olhou para ele.
Deve ter acontecido uma aula de legislação de trânsito
por telepatia,
porque o homem deu marcha-a-ré
liberando a faixa de pedestres!

Agora, falando sério:
- Precisava do marronzinho?



domingo, 11 de agosto de 2013

Todo dia é dia

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IA POR AMAR! O PRAZER A SÓS... A REZAR! POR AMAR O PAI.
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Gilberto de Almeida
11/08/2013


sábado, 10 de agosto de 2013

Pai não é acróstico


Gilberto de Almeida
10/08/2013


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Cromoterapia

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LUZ AZUL! ADOTA TODA LUZ AZUL...
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Gilberto de Almeida
08/08/2013




quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Poesias da Vida - XL















(Juliana Paula Landim)

Carregando minha bandejinha, 
com um café expresso e um copo de água com gás,
reparei na leitura da outra freguesa:

- Cidadania no Brasil - Era o título!

- Bacana, pensei!

Mais nada.

Depois, sentadinha na cadeira,
o meu livro era outro.
Era o livro da vida
que eu leio por onde estou.

No balcão tinha um cinquentão,
bonitão,
roupa simples,
olhar tranquilo...
Também ia pedir um café...

Mas foi aí que um sessentão,
na estica -
Chique no Úlrtimo!,
Grife pra todo lado,
do sapato ao gel de cabelo -
se enfiou na frente:

- Tira um puro e um com leite pra mim! -
ordenou à balconista!

Leram bem:
- Ordenou!

Não tinha palavrinha mágica!
Não tinha pronome de tratamento (já aprendi o que é isso!),
nem ao menos tinha um tom interrogativo amenizador,
tipo:

- A Srta 'poderia' tirar um puro e outro com leite pra mim?

Além disso passou na frente do bonitão -
tadinho! -
sem a menor cerimônia...

Fiquei com raiva!

O cinquentonitão olhou para a balconista 
como querendo se desculpar pelo outro...
E olhou para outro
como quem não acredita no que vê!

O sem-cerimônias não olhou pra ninguém!
Deu a ordem e foi sentar numa mesa
fazendo ares de Tô-nem-aí!

E eu olhei pra todo mundo,
e pra moça leitora no outro canto,
que não tinha percebido nada,
entretida com a "Cidadania no Brasil"!

Euzinha pensei -
E até que pra isso eu sou boa -
que no Brasil se precisa mesmo,
léguas antes de Cidadania,
é de pura Educação!!!!!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Gratidão

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A VIDA DÁ E É A DÁDIVA!
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Gilberto de Almeida
06/08/2013


Alma Desarma


Gilberto de Almeida
02/08/2013



Sol












Quando o sol iluminou-me a face,
com sua brandura,
na manhã de hoje;

quando o sol iluminou-me a alma,
com sua paciência,
como sempre faz;

quando o sol mostrou-me mais uma vez
que a minha ebulição interna
é mansa brisa sonolenta;

então, reduzido à dimensão dessa realidade serena,

agradeci a permissão divina
para seguir em paz!

Gilberto de Almeida
06/08/2013


domingo, 4 de agosto de 2013

Cenas em um Shopping - XXXV

Pequena menina,
no elevador
é levada.

E a pequenina
novela, a dor
elevada.

Gilberto de Almeida
04/08/2013