Aquele que
pensava que
tinha
um carro,
uma casa,
um paletó,
uma guitarra,
uma pessoa querida,
dinheiro no banco,
um dia ficou
sem carro,
sem casa,
sem paletó,
sem guitarra,
sem uma pessoa querida,
sem dinheiro no banco.
E seu desespero foi ouvido
muito além de tudo isso,
porque ele
vivera para
seu carro,
sua casa,
seu paletó,
sua guitarra,
sua pessoa querida,
seu dinheiro no banco.
E, sem o que acreditava possuir,
ao contrário, compreendeu-se
possuído.
E agora chorava,
porque continuava a pertencer
ao que nunca teve.
Gilberto de Almeida
29/05/2014.