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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Natal diferente


Estou imaginando um natal diferente
porque, no natal, de fato,
 muito há que eu não entendo.

No meu natal diferente,
Ao invés de Papai Noel
(de onde ele veio?)
todos esperariam, 
procurariam,
aguardariam
e elevariam seus pensamentos 
a Jesus.

Ao invés de um pinheiro
(de onde ele veio?)
haveria, no máximo, uma oliveira,
porque isso faz sentido.

Ao invés de um monte de gente
em conversação ruidosa
fartando-se até o limite,
haveria pequena família
em silêncio reverente
e refeição frugal.

Nem uísque, nem cerveja,
nem álcool de espécie alguma.
Vinho, talvez uma taça,
porque isso faz sentido.

Quem sabe, haveria as luzinhas que piscam
porque são poéticas
e porque fazem sentido, também...
Mas poderia haver velas.
uma meia-luz acolhedora
lembrando aquele tempo
de candeias...

Não haveria troca de presentes
(que se compra sem querer gastar
e se dá com receio de errar!),
Haveria, talvez,
incenso e mirra,
ao pé da Oliveira, se tanto,
como homenagem póstuma
a Quem desprezamos em vida.

Não haveria discussão estéril
sobre o valor do dólar,
sobre o último eletrônico da moda,
nem mesmo sobre a receita do peru
(não haveria peru!).
Seria um momento de contar histórias
para as crianças e adultos
a respeito da Vida
do Homem-Luz.

Seria momento de entrega,
de revivescência,
de agradecimento
e de oração.

No meu natal diferente,
ninguém deblateraria,
nem daria gargalhadas estridentes,
ninguém contaria bravatas,
nem esbravejaria com as crianças.
Todos se diminuiriam
para o aniversariante aparecer.
E sentir-se-iam felizes
de uma felicidade serena.

É assim que seria
o meu natal diferente.

Mas é claro que,
exceto, talvez, num santuário,
 ninguém quer um natal assim!

05/12/2016
Gilberto de Almeida


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